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domingo, 15 de junho de 2014

Tomada de Posição sobre o estado actual da profissão de Enfermagem em Portugal

Não posso deixar de colocar aqui um post brilhante do Enfº Emanuel Boieiro no seu blogue, que recomendo a leitura a todos: http://orgulhosamenteenfermeiro.blogspot.com


*Emanuel Boieiro - Enfermeiro Especialista em Enfermagem de Reabilitação; Diplomado em Gestão em Saúde pela Católica Lisbon School of Business and Economics; Mestrando em Administração Pública no Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas
 
"Os Líderes têm seguidores, estabelecem exemplos, assumem responsabilidades e atingem resultados."
(Peter Drucker)
 
No passado dia 31 de Dezembro de 2013 escrevi aqui no blogue: “Temos Enfermeiros-Directores (umas centenas), temos Enfermeiros-Supervisores/Adjuntos e afins (outras centenas), temos Enfermeiros-Coordenadores (mais outras centenas), temos Enfermeiros-Chefes (milhares), temos também Professores de Enfermagem nas Universidades/Politécnicos (mais de um milhar). No fundo, temos quase tudo, menos Líderes.

A minha conclusão é simples, mas dolorosa (principalmente para os que ocupam cargos de responsabilidade): precisam-se Líderes para a Enfermagem em Portugal.
Mais do que olharmos para o exterior à procura de “desculpas” (as outras profissões da área da saúde, os partidos políticos e os seus representantes na AR, os sucessivos governos PS, PSD, ou PSD/CDS) temos de olhar para o interior, ou seja, para cada um de nós, sendo que devemos ser mais exigentes perante aqueles que assumiram, por convite, por mérito, ou ambos, lugares de destaque na nossa profissão.
O problema da Enfermagem não reside na qualificação académica, onde marcamos pontos na União Europeia, nem na qualificação profissional, trabalhamos em qualquer país do mundo e destacamo-nos pela qualidade da nossa prática (sem grande esforço). Por isso, o MDP é perfeitamente inútil.
O problema reside na Liderança. E onde começa o problema? Esta é a pergunta-chave.
É fácil perceber que existem instituições e dirigentes com maiores responsabilidades do que outros, por isso mesmo, o esforço tem de ser concertado. Não podem ser apenas as Escolas Superiores de Enfermagem a exigirem a integração no Ensino Universitário. Não pode ser só o Sindicato dos Enfermeiros (SE) a exigir a integração da categoria de Enfermeiro Especialista na Carreira de Enfermagem e as 35 horas semanais. Não pode ser só a Ordem dos Enfermeiros a falar em Dotações Seguras. Não podemos ter as Escolas a formarem Enfermeiros Especialistas em Enfermagem de Saúde Materna e Obstétrica e depois os Enfermeiros-Directores a mantê-los em Serviços de Medicina (em vez de autorizar transferências para o Bloco de Partos) ou ainda mais grave a transferi-los da área da Saúde Materna para serviços de Cirurgia ou Medicina.
Urge recuperar rapidamente desta década perdida, onde nos faltou visão estratégica, capacidade de análise e capacidade de negociação perante as diferentes instituições públicas e privadas.
Chega de discursos cheios de demagogia, mas vazios de conteúdo!
Chega de falar em ganhos em saúde, sem apresentar os números!

Chega de reunir com ministros, assessores dos ministros, deputados, conselhos de administração de hospitais, sem apresentar evidências!
 
 
Existem 3 questões que um interlocutor dos acima referidos nos fará no início de qualquer discussão/reunião/audição:

1- Comparado com o quê?
2- Qual o custo envolvido?

3- Quais as fortes evidências que têm?
 
Se não soubermos responder, já sabemos que tudo o que dissermos não será tido em conta.
 
In God we trust, all the others (must) bring data
(W. Edward Deming)

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