Uniao

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sábado, 27 de dezembro de 2014

Factos

Não sou defensor acérrimo da presente ordem dos enfermeiros, não sou defensor de nenhuma outra ordem dos enfermeiros.
Não sou sindicalizado em nenhum sindicato, não sou defensor de nenhuma teoria sindicalista.
Tenho empatia por medidas tomadas, ideias diferentes (controversas ou não).
Não sou fanático por nenhuma cor política, nem tão pouco me identifico com nenhuma!
Sou sim Enfermeiro... como os outros cerca de 65000 inscritos na Ordem dos Enfermeiros.
Não defendo ideais... argumento com factos.
Posto isto vamos a factos (e corrijam-me por favor se tiver enganado após cerca de 30 minutos de leitura sobre o assunto):

Facto nº 1 - Tribunal anula eleições da ordem dos enfermeiros realizada há 3 anos (http://www.rtp.pt/noticias/index.php?article=792717&tm=8&layout=122&visual=61)
Questão: Quais os pormenores ? Em que se baseou esta decisão?
Resposta: http://www.ionline.pt/artigos/portugal/tribunal-lisboa-anula-eleicoes-2011-ordem-dos-enfermeiros

Facto nº2 - Esta anulação resulta de um recurso feito a um recurso negado apos um veredicto de absolvição inicial (http://www.ordemenfermeiros.pt/comunicacao/Paginas/Esclarecimento-sobre-a-decisao-do-Tribunal-Administrativo-de-Circulo-de-Lisboa.aspx)
Questão: Se isto fosse um jogo de futebol, estariam empatados 1-1 ?

Facto nº3 - Está longe de estar terminado legalmente este processo, pois se fosse um jogo de futebol, ainda iria a prolongamento... aguarda-se um novo recurso a este veredicto (http://www.ordemenfermeiros.pt/comunicacao/Paginas/Esclarecimento-sobre-a-decisao-do-Tribunal-Administrativo-de-Circulo-de-Lisboa.aspx)

Posto tudo isto, a unica apreensão que se gera em mim é a enorme mancha negra que cobre a Ordem dos Enfermeiros e a nossa profissão.
Já somos uma classe descredibilizada... desrespeitada, ignorada, (des)unida e quebrada... o que nos faltava ?
Queriamos mediatismo televisivo ?
Aqui o temos! http://www.rtp.pt/noticias/index.php?article=792717&tm=8&layout=122&visual=61

Como sempre... pelos piores motivos...

Preocupa-me o futuro... preocupa-me a justiça... mas acima de tudo preocupa-me a enorme vontade de Poder dentro da nossa classe (e não, não estou a fazer um ataque directo à Enfª Ana Rita Cavaco ou ao actual bastonário...estou a constatar factos)

Deixo a nota... para se comandar um exército é necessário primeiramente ter soldados... não adianta ser-se bastonário de uma ordem, quando se fazem assembleias gerais onde se reúnem para decidir o futuro de uma profissão composta por cerca de 65000 profissionais apenas 113 pessoas...
Esta parece-me a chave da questão... MOTIVAÇÃO

Espero que tudo se resolva, mas acima de tudo, espero vir a ter no futuro próximo uma Ordem dos Enfermeiros digna do seu nome, mas acima de tudo, que digne a própria profissão...

Liderada pelo Enfº Germano Couto, pela Enfª Ana Rita, ou por outro qualquer, tenho confiança que o caminho será para a frente...

Tenho, acima de tudo confiança que UNIDOS VENCEREMOS...

Saudações a todos!


quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

Uma questão de... tutelas!



A 12 Maio de 2010 lia-se no DN Portugal  "Desemprego supera 50% nos enfermeiros recém formados" (ver http://www.dn.pt/inicio/portugal/interior.aspx?content_id=1567372 )

A 23 Novembro 2012 lia-se novamente no DN Portugal  "Desemprego nos enfermeiros já ultrapassa os 20 %" (ver http://www.dn.pt/inicio/portugal/interior.aspx?content_id=2906012 )

A 18 Março 2014 podia-se ler no jornal tribuna da Madeira "Emigração leva do país 1 em cada 3 Enfermeiros" (ver http://www.tribunadamadeira.pt/?p=18713 ).

Estamos perante um claro exemplo de aumento exponencial de desemprego no país nos últimos 10 anos ao nível da Enfermagem (sim... já todos sabemos disso!)

Fala-se da Troika... falam-se de governos (desgovernados por desgovernantes)... falam-se de sindicatos... fala-se da Ordem... falam-se de encaixes entre ordem e SEP... ordem e SIPE/SE.... desencaixes entre os vários sindicatos... fala-se de muita coisa!

Pessoalmente acho que tudo contribuiu para o ponto a que chegámos hoje... mas por curiosidade vou remontar a 2001 (um ano em que ainda nem era Enfermeiro... portanto peço desculpa aos entendidos da matéria pela minha douta ignorância... mas vamos ver no que isto dá).

Sem evidência científica, mas como sou uma pessoa que até gosta de números...para além do referido anteriormente como causa óbvia do desemprego em Enfermagem, vou explorar uma situação interessante que data de Janeiro de 2001 - a MUDANÇA DE TUTELA do ENSINO SUPERIOR EM ENFERMAGEM.

Ao consultar http://www.tsf.pt/PaginaInicial/Interior.aspx?content_id=852461 podemos compreender que a partir de 1 Janeiro 2001 a tutela do Ensino Superior de Enfermagem deixou de ser do Ministério da Saúde e passou a ser do Ministério da Educação!

Parece-me, e mais uma vez, sem evidência científica, que esta foi a grande causa do boom das escolas de Enfermagem (como que por geração espontânea abriram-se mais e mais cursos de Enfermagem ao nível do sector privado, as escolas públicas passaram a leccionar 2 semestres - 2 turmas por ano em vez de 1). A curto prazo, e desde a abertura de tantos cursos... o mercado foi absorvido... No entanto, e como seria de esperar... a longo prazo (neste caso 10 anos), depressa se deu a saturação do mercado de trabalho! (reparem que é a partir de 2010... 9 anos depois - vamos ter em conta que cada curso durava na altura já 4 anos/licenciatura).

Não sei se me consegui fazer compreender... mas para bom entendedor meia palavra basta!

É NECESSÁRIO FAZER ALGO AO NÍVEL DAS ESCOLAS DE ENFERMAGEM

É NECESSÁRIO VOLTAR A TRAZER A TUTELA DO ENSINO SUPERIOR DE ENFERMAGEM PARA O MINISTÉRIO DA SAÚDE

São as minhas conslusões empíricas sem grande evidência científica para o comprovar... parece-me um bom estudo para a Ordem dos Enfermeiros realizar objectivamente e concluir algo cientificamente...

Fica a dica :)

Dotações Seguras... e agora ?



Para que nao haja duvidas... documento das dotações seguras da Ordem dos Enfermeiros (ver http://www.ordemenfermeiros.pt/…/PontoQuatro_Norma_de_Dotac…) está regulamentado ( ver http://enfunidos.blogspot.pt/…/calculo-dotacoes-seguras-enf… ), e é para cumprir (ver mensagem do nosso bastonário em https://www.facebook.com/germano.couto.1/posts/10204503149591721?fref=nf)


Questão: será que os serviços de saúde vão finalmente contratar o pessoal necessário de acordo com este documento ?

O que parece necessário fazer?
Calculo em cada serviço de acordo com a norma de calculo de dotações seguras... envio para enfermeiro(a) director (a) / conselho de administração e envio com conhecimento para ordem dos enfermeiros.

segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

sábado, 29 de novembro de 2014

Sindicalismo em Portugal

Um pouco de estudo... deixem cá ver se compreendi... eu adoro esta coisa dos sindicatos que temos... ora portanto...comecemos com um pouco de história:
SINDICATOS DE PORTUGAL:
1) CGTP (confederaçao geral dos trabalhadores portugueses) criada a 1 Outubro 1970 - associada maioritariamente ao PCP, constituída por Sindicatos (onde temos o SEP - Sindicato Enfermeiros Portugueses inserido); Uniões e Federações
2) UGT (uniao geral dos trabalhadores) - um corte posterior histórico com a CGTP em 1978 por divergências de opiniões, maioritariamente através do partido socialista, temos a FENSE (federação nacional de enfermeiros, composta por 2 sindicatos - SE e SIPE)
Análise:
Ora, os sindicatos representam a defesa de um grupo de trabalhadores associados, certo ?
Supostamente, os Sindicatos funcionam a partir da associação de trabalhadores que pertencem a uma mesma categoria profissional ou de empresas ou entidades de actuam no mesmo ramo de atividades, certo ?
Ora... a maneira como cada um defende os interesses do trabalhador é que é diferente...
Posto isto, e como tudo é política no nosso país... parece-me que temos um grave problema... NUNCA, mas mesmo NUNCA, VAMOS TER UNIÃO a nível sindical na nossa profissão...
Por tudo isto, terei que respeitar as decisões do SE / SIPE (FENSE) em abstrair-se da greve de hoje... e terei que também respeitar a quantidade de "greves banais"? convocadas pelo SEP no ultimo ano! - mecanismos de actuação diferente, mecanismos de pressão / negociação diferentes...
Apelo, no entanto, a ambas as centrais sindicais a sentarem-se à mesa e delinearem um plano futuro para a nossa profissão, juntamente com a Ordem dos Enfermeiros.
Já compreendi finalmente que NUNCA poderá haver união sindical... mas pelo menos poderá, deveria, e quero acreditar que existirá apoio mútuo nos meios de combate ao degredo a que chegou a nossa profissão... pois no final, apesar de cores políticas e ideais completamente diferentes, ainda acredito que exista um mínimo múltiplo comum neste momento:
- ausência de carreira profissional;
- necessidade de nivelamento de contratação,
- baixo rácio de enfermeiros nos respectivos locais de trabalho e consequente risco para a população pela diminuição da qualidade dos cuidados, entre outros (que certamente vocês poderão muito mais depressa chegar à conclusão que têm em comum).
"...ou vocês se unem para lutar juntos, ou morrerão sozinhos." Benjamin Franklin

Remar contra marés


FAQ - Acordo Colectivo de Trabalho


Acordo Colectivo de Trabalho - Perguntas e respostas - Porque saber é poder!

Algumas Referências sobre ACT utilizadas:
1) ACT datado de 2009 - http://www.cite.gov.pt/…/legi…/Ac_colectiv_trabalho_1_09.pdf 
2) Definição legal de ACT - http://www.cite.gov.pt/…/legi…/Ac_colectiv_trabalho_1_09.pdf
3) Video explicativo do SE sobre ACT:http://bit.ly/1s8Hl0w

4) 2 opiniões com a qual concordo plenamente pelo ponto de vista explicado -http://www.forumenfermagem.org/…/4012-o-acordo-coletivo-de-…

Questões: 
1) Legalmente, o que é aquele documento referido no ponto 1 ?
2) Pode um sindicato negociar acordos colectivos de trabalho para as instituições ?
3) Quando existem diferentes opiniões nos próprios sindicatos, na própria profissão, existe possibilidade de negociar este acordo colectivo de trabalho ?
4) O acordo colectivo de trabalho traz igualdade a toda a classe profissional ?
5) É preciso pertencer ao sindicato que negoceia o acordo colectivo de trabalho para ser-se englobado no mesmo, ou automaticamente (hipoteticamente se for aceite) passa-se a acordo colectivo de trabalho?
6) Como se procede a negociação do ACT ?

Respostas:
1) De acordo com colega Enfª Margarida Costa, Este ACT não se aplica aos enfermeiros. Aplica-se às carreiras de técnico superior, de assistente técnico e de assistente operacional. Os sindicatos referidos no mesmo documento são sindicatos afetos à UGT que assinou aquele ACT. Aconselho ainda a visitar o seguinte artigo (http://www.aenfermagemeasleis.pt/2014/02/26/um-exemplo-de-acordo-coletivo-aquilo-que-a-enfermagem-ainda-nao-tem/)

2) De acordo com coleg Enfª Duarte Leal (autor dehttp://www.aenfermagemeasleis.pt/), Pode, são conhecidos como acordo de empresai. Ainda de acordo com o mesmo colega, O Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) consiste num conjunto de regras de trabalho (tipos de horário, horas por semana, férias, etc), negociado entre o governo e os sindicatos, e que é mais benéfico que o regime geral do código do trabalho e - esperemos - melhor que o regime do contrato de trabalho em funções públicas

3) De acordo com coleg Enfª Duarte Leal (autor dehttp://www.aenfermagemeasleis.pt/) cada Sindicato pode negociar o seu próprio ACT sobre a mesma matéria, assim a entidade patronal, o queira. Esse acordo reflete o posicionamento do Sindicato (posicionamento com o qual muitos sócios muitas vezes não concordam, totalmente ou parcialmente). Não há forma de fugir à posição oficial do Sindicato, já que só ele pode negociar e assinar um ACT

4) Em teoria sim (referencio novamente para http://www.forumenfermagem.org/comunicacao/item/4068-para-uma-so-carreira-de-enfermagem-no-sns#.VFyOGPmsUZm ) No entanto, e concordando com a opinião do colega Enfª Duarte Leal (autor de http://www.aenfermagemeasleis.pt/) Não. Primeiro porque podem haver tantos ACT's como Sindicatos (enfermeiros inscritos em sindicatos diferentes poderiam ter normas de horário com diferenças, por exemplo, apesar de trabalharem lado a lado). Depois porque os não sindicalizados não são abrangidos, ficando-se pela lei geral, à partida menos vantajosa. As portarias de extensão é que permitem que um ACT seja aplicado também aos demais trabalhadores, os não sindicalizados. Nesse caso já seria possível uniformizar as coisas (A troika é contra as portarias de extensão...). Igualdade de toda uma classe é algo utópico, mas percebo a questão...

5) Ainda de acordo com coleg Enfª Duarte Leal (autor de http://www.aenfermagemeasleis.pt/) são abrangidos por ele os trabalhadores sindicalizados nos sindicatos aderentes ao acordo, havendo ainda as chamadas portarias de extensão (como visto anteriormente, a Troika é contra as memas, logo, dificilmente serão aplicadas) que permitem que esse acordo seja extensível aos trabalhadores não sindicalizados. O ACT é sempre de adesão livre e responde ao 'Princípio da Dupla Filiação' (art 496.º do Código do Trabalho), isto é, aplica-se apenas aos trabalhadores filiados numa associação sindical que tenha outorgado ou aderido posteriormente ao Acordo e aos empregadores aderentes - neste caso apenas o estado. As portarias de extensão é que permitem que um ACT seja aplicado também aos demais trabalhadores, os não sindicalizados. Nesse caso já seria possível uniformizar as coisas (A troika é contra as portarias de extensão...)

6) Finalmente, e novamente pelo conhecimento do colega Enfº Diarte Leal, respondemos à ultima questão: a negociação é um processo complexo que depende muito da arrogância das partes. Não há duas negociações iguais. É comum a entidade patronal levar um documento já feito e dizer que 'há pouco espaço de manobra' e coisas assim, ou até não mostrar qualquer flexibilidade (que é algo essencial numa negociação, para não falar da boa fé). Os Sindicatos costumam ter o seu caderno reivindicativo, ou um conjunto de exigências, por vezes também um documento já adiantado com propostas totalmente impossíveis de obter acordo (com o objetivo de fazer cedências e obter algo mais realista). Há várias rondas negociais, com a entidade patronal a adiar constantemente as reuniões para ridicularizar o Sindicato (depende do respeito mútuo, ou da falta dele). No final assina-se o ACT, com o Sindicato a emitir uma nota a justificar porque assinou isto e não assinou aquilo. Ou não há ACT e o Sindicato e a entidade patronal emite cada um uma nota a dizer porque não assinaram e a culparem o outro pelo fracasso das negociações.

Finalmente, o meu muito obrigado a todos os intervenientes Duarte Leal Emanuel Boieiro e Margarida Costa que possibilitaram o esclarecimento de todas estas dúvidas, sem ter a necessidade de me sindicalizar para responder às mesmas (facto, a meu ver triste, e um mínimo multiplo comum em todos os sindicatos de enfermagem existentes). 
No entanto, e por todo o conteúdo deste texto reforço... sinto que TODOS nos devemos sindicalizar... parte apenas do bom senso dos sindicatos moralizarem os seus futuros afiliados, e não guardarem tantos "segredos" internos... a informação deve ser livre para todos... quanto maior o acesso à informação, certamente maior a motivação para se sindicalizar... mas claro... isto é apenas a minha mera opinião... aceito, como sempre, críticas 


Sindicato e Ordem dos Enfermeiros


2 leituras muito breves para os interessados na profissão... definição de sindicato e definição de ordem dos enfermeiros. Uma maneira fácil de compreender quem nos rege, pelo que nos rege, e qual o nosso papel (que poderá ser muito mais activo) no meio disto tudo... a mim ajudou-me... e a vocês ?
http://conceito.de/sindicato - definição de sindicato
Saudações a todos "Tente mover o mundo... O primeiro passo será mover-se a si mesmo." (Platão)

Imaginem...

MOTIVAÇÃO - (do Latim moveres, mover) refere-se em psicologia e noutras ciências humanas à condição do organismo que influencia a direção (orientação para um objetivo) do comportamento.
Parece-me a palavra-chave neste momento para levar a bom porto a nossa profissão e criar união nesta classe. Quanto maior a motivação, melhor a direção em relação a um determinado objectivo!
Seguindo a lógica da motivação e do objetivo, penso que é objetivo geral na profissão ter mais e melhores condições de trabalho (que podem passar por várias variáveis… pensarei apenas numa delas, a localização geográfica do nosso trabalho)
Agora… vamos viajar para um universo do suponhemos que…
Suponhemos que é feito um levantamento nacional, junto dos enfermeiros a exercer funções no sistema nacional de saúde (algo muito básico, como por exemplo, em que concelho do país gostaria de trabalhar, e se num centro de saúde ou num hospital).
Suponhemos que se demora um ano a fazer este levantamento (1ª etapa)…
Suponhemos que se criam condições através do ministério da saúde para, no espaço de um ano a dois, colocar os enfermeiros inquiridos nos seus locais preferenciais (2ª etapa)…

Suponhemos, que ao mesmo tempo que se iam reorganizando os enfermeiros para os espaços preferenciais, as suas saídas eram colmatadas com entradas de recém- licenciados… (3ª etapa em simultâneo com a 2ª)
Suponhemos que este processo era realizado de 8 em 8 anos cíclicos (inquirir e reorganizar)…
Será que não se encontravam todos mais motivados, dispostos a trabalhar mais, e com gosto, no seu local de trabalho predileto, diminuindo o descontentamento, a revolta, e aumentando exponencialmente a produtividade, bem como a eficiência global do SNS ?
É só um universo do suponhemos que… mas aceitam-se críticas


Os Enfermeiros... de Portugal!



Dizem alguns especialistas na matéria que ser enfermeiro é “ser um Profissional altamente qualificado que usa as suas competências técnicas, relacionais, éticas e culturais para o bem estar das pessoas, famílias e comunidades (…)é saber exercer de forma autónoma e interdependente, uma actividade insubstituível, com elevada aplicabilidade no quotidiano dos cidadãos(…) demonstrar que a relação humana, qualificada e suportada em valores éticos/morais, é o elemento decisivo para que as pessoas assumam a sua responsabilidade na gestão da sua saúde.

É ser um cidadão com um olhar diferenciado e cuidador sobre o quotidiano de todas as pessoas, tanto em processos de doença e crise, como em processos de adaptação às circunstâncias de saúde.”

Já de acordo com o REPE art. 4 n.º2, Decreto-Lei n.º 161/96, de 4 de Setembro, alterado pelo Decreto-Lei n.º 104/98, de 21 de Abril por enfermeiro entende-se «o profissional habilitado com um curso de Enfermagem legalmente reconhecido, a quem foi atribuído um título profissional que lhe reconhece competência científica, técnica e humana para a prestação de cuidados de Enfermagem gerais ao indivíduo, família, grupos e comunidade, aos níveis da prevenção primária, secundária e terciária.»

Leio estas duas definições de Enfermeiro e questiono-me automaticamente:
1) Quais são as nossas competências técnicas, relacionais, éticas e culturais? (sim… já sei que existe um documento disponível em http://www.ordemenfermeiros.pt/publicacoes/Documents/divulgar%20-%20regulamento%20do%20perfil_VF.pdf – que define o regulamento do perfil de competências do enfermeiro de cuidados gerais)
2) Como é que demonstramos “que a relação humana, qualificada e suportada em valores éticos/morais, é o elemento decisivo para que as pessoas assumam a sua responsabilidade na gestão da sua saúde” ?

Poderia continuar com muitas questões… mas penso que dá para perceber… temos um REPE (http://www.ordemenfermeiros.pt/publicacoes/documents/repe_vf.pdf) – sem dúvida uma mais valia para a nossa profissão, uma coluna para o corpo da Enfermagem, um código deontológico (http://www.ordemenfermeiros.pt/legislacao/documents/legislacaooe/codigodeontologico.pdf), uma consciência para nos guiar, mas a meu ver falta-nos um mapa para nos orientar!
Possuímos a constituição da república, mas não temos as leis neste momento…

Quero acreditar que ainda estamos em crescimento, acredito que caminhamos para algo maior e melhor… caminhamos para o futuro, e temos que vê-lo sempre com bons olhos… são tempos de mudança, e essa mesma mudança está para acontecer!
Vivemos tempos objetivos, de evidências científicas comprovadas, agimos pelo saber e não pelo fazer, formamo-nos, especializamo-nos, aprendemos, reorganizamo-nos e readaptamo-nos.

Penso sinceramente que a ordem dos enfermeiros tem como caminho definido este mesmo trajeto… mas não pode caminhar sozinha! Torna-se necessária a união, a nossa profissão não é política, os nossos “reguladores profissionais” devem ser apartidários, neutros… e como tal devem ter parceiros para a luta ser mais apurada e melhor… a Ordem dos Enfermeiros deve caminhar lado a lado com os restantes sindicatos de Enfermagem, devem ter os olhos virados para o futuro, e não as costas voltadas! Chega de apontar o dedo a mandatos anteriores, a sindicatos diferentes, a ministérios e tutelas!

A mudança torna-se necessária, as mágoas dos Enfermeiros de Portugal devem ser ouvidas, e uma nova revolução construtiva na profissão deve ser tida em conta…

Indignados por termos funções cada vez mais usurpadas (como o caso assim não tão recente da vacinação), revoltados pela desvalorização profissional, chateados pelos inúmeros rácios não respeitados pelo país fora, tristes por termos uma carreira profissional que não existe (ou se existe, não preza pela equidade), desmotivados pela constante falta de respeito para com a farda que usamos no dia-a-dia, parece-me que estes somos nós atualmente… os Enfermeiros de Portugal.

Numero 12

Texto brilhante do EnFº Rykartho Silva, sobre os turnos de 12 horas:
A problemática dos “turnos de 12 horas” tem gerado, de quando em vez, alguma discussão neste fórum.
Regra geral, os defensores desta modalidade de trabalho dizem que organizam melhor a sua vida pessoal. Como é óbvio, cada um sabe de si.
Mas devemos interrogar-nos: é razoável que uma profissão considerada de desgaste, aceite jornadas de trabalho tão grandes?
Pior: o cálculo do valor dessa jornada de trabalho é feito com base numa regra de 3 simples; ou seja, trabalhar 8 horas é o “mesmo” que trabalhar 12…
Imaginem um serviço com 30 enfermeiros e que em cada turno necessita de 6 elementos.
Uma vez que há menos uma passagem de turno, a poupança de horas é de 6 x 0,5.
3 horas por dia
90 horas por mês
1080 por ano.
Se um hospital tem 900 enfermeiros, e em média, 180 estão de serviço em cada turno, a “poupança” será mais ou menos esta:
90 horas por dia
2700 horas por mês
32400 horas por ano.
Visto que um enfermeiro trabalha 40 horas por semana (1880 por ano), este hospital poderá dispensar (ou não admitir) 17 enfermeiros.
O Sr. Macedo dirá: mas que eficiência!

Teimosia

Em parte... a ideia que tenho de um certo sindicato que não se entende com uns quanto(s) outro(s) e com a ordem dos Enfermeiros...

Moral da História: Graças à teimosia de uma quantidade de burros que para aí andam... ninguém come nada!

Never give up! Never surrender!


Ébola

Reflexão polémica e controversa, certamente!
Vendo pelo prisma positivo... o que é que o estado alarmante do ébola veio trazer de bom ao nosso país ? 
1)Reavivar... trazer à tona que o caminho para as boas práticas passa por Normas de Orientação Clínica (SOP)

2)Necessidade de planeamento antecipado / gestão estratégica, com práticas baseadas em evidência científica. 

3)(Re) Organização e sentido de disciplina 

4)Necessidade contínua de formação profissional

No fundo, veio demonstrar o quão frágeis somos enquanto sociedade organizada (ou não!) perante um estado de calamidade (que ainda não foi atingido, e esperemos bem que não venha a ser).
Veio, no entanto, reavivar boas práticas… aposto neste momento que nenhum profissional de saúde se lembrou tanto de todos os momentos de higienização das mãos, tanto sobre as boas práticas num isolamento de contacto… aéreo… de gotículas… aposto que nunca valorizaram tanto as medidas de prevenção como actualmente…
Por favor… não sejamos cínicos… não somos super enfermeiros… somos seres humanos e erramos… portanto não me venham dizer que sempre tiveram todas as medidas em conta… consciente ou inconscientemente…
O vírus do ébola é algo mau… muito mau… mas certamente já trouxe algo de bom a cada um no seu contexto profissional…
O caos gera o medo.. e o medo… por vezes, torna-se saudável. Com o medo , podemos dar força ao instinto de sobrevivência…


Respect!

“Quando os que mandam perdem a vergonha, os que obedecem perdem o respeito.” 
Georg Christoph Lichtenberg


Medicina / Enfermagem


Liderança

Chefes formam equipas... líderes criam exércitos! 
Chefes formam subordinados... líderes formam aliados!


uNiÃo



Estamos todos de acordo... a Enfermagem bateu fundo, juntamente com o seu país!
Criticar, falar nas redes sociais, comentar, partilhar é tudo legítimo... mas mais importante que isso, é preciso FAZER!
Dizer mal da Ordem dos Enfermeiros tem a sua legitimidade...
Criticar o SEP tem a sua razão.. dizer que há opções como o SIPE e o SE também tem a sua piada...
Mas esquecemo-nos do mais importante...
A enfermagem em Portugal é feita dos Enfermeiros que a exercem! Não do sindicato nem da ordem... mas sim de todos nós! Como tal a culpa é de todos nós!
Neste momento, a velha frase "dividir para conquistar" não se aplica...
Neste momento é preciso Unir para Vencer!
É tempo de união, é tempo de criar estratégicas comuns, delinear objectivos iguais, e por uma vez na vida deixar os interesses políticos,partidários, abandonar os próprios umbigos, e pensar realmente na nossa Profissão.
Mas mais importante que pensar, é agir!... mas não agir à toa... agir milimetricamente,onde mais dói...
Somos TODOS enfermeiros... contratados, a recibos verdes, quadros de função pública, quadros de privados, mas todos sentimos na pele a exploração a aumentar, a remuneração a diminuir, as condições cada vez mais precárias com que a nossa arte se debate diariamente, um cuidar doente, um cuidar numérico, um cuidar de 2 horas de registos, burocrarias, papeladas informatizadas, e 2 minutos ou 5 de toque terapêutico, de empatia...
Definir prioridades no cuidar ? O que é isso ? Onde isto chegou...
Faço um apelo aos sindicatos que defendem a nossa carreira e à Ordem que nos regulamenta a profissão (e já sei que haverá por aí muita boa gente a dizer que ainda há poucos meses atrás o tentaram)...
Adivinhem... quando não se consegue à primeira... tenta-se novamente até se conseguir!
UNAM-SE... defendam-nos, criem estratégias e por favor... não digam que o diálogo não é possível... pois neste momento parece-me que todos temos algo em comum...
A miséria e a vergonha que se tornou a nossa profissão! Haja humildade para o reconhecer, mas haja ainda mais coragem para renascer e crescer!
O problema é de todos... somos todos enfermeiros...
Como enfermeiro assumo-me como parte do problema a que hoje chegámos... mas quero muito mais fazer parte da solução...
E vocês ?
"...ou vocês se unem para lutar juntos, ou morrerão sozinhos."
Benjamin Franklin

Teoria do Iceberg

"Lembra-se... os enfermeiros são como os icebergs. Sempre que os vês. estás a ver apenas 1/5 do que eles estão a fazer REALMENTE"


segunda-feira, 16 de junho de 2014

Escolas de Enfermagem vão ao parlamento rejeitar integração nos politécnicos

O presidente da Escola Superior de Enfermagem do Porto explica que a medida seria um “retrocesso” num ensino que, a médio prazo, os responsáveis por estas escolas querem ver integrado nas universidades.
As escolas superiores de Enfermagem de Lisboa, Porto e Coimbra vão na quarta-feira ao Parlamento dizer que rejeitam uma possível integração nos institutos politécnicos, no âmbito da reforma da rede de ensino superior.
Esta é apenas uma das medidas preconizadas no documento que o Governo divulgou em Maio com as linhas de orientação estratégica, mas que, para as escolas superiores de enfermagem, representaria um “retrocesso” num ensino que, a médio prazo, querem ver integrado nas universidades.
“Esta questão merece a nossa total oposição”, disse à agência Lusa o presidente da Escola Superior de Enfermagem do Porto, Paulo Parente, considerando que a integração em institutos politécnicos seria um retrocesso para a profissão.
Paulo Parente defende que, ao longo dos últimos 30 anos, os enfermeiros fizeram “um longo percurso”, que passou pela obtenção do grau de bacharel, licenciaturas de quatro anos, graus de mestrado e doutoramentos. “Neste processo, tem havido um esforço no sentido de os enfermeiros poderem dispor na mesma instituição dos três ciclos de formação”, sustentou.
O objectivo, acrescentou, é que as três escolas possam, a médio prazo, ser integradas nas universidades onde já estão a funcionar os doutoramentos em Enfermagem. “Temos de alargar os doutoramentos e nos politécnicos não há doutoramentos”, explica.
As escolas superiores consideram, por isso, que a integração nos politécnicos seria cortar à Enfermagem a possibilidade de ser reconhecida como disciplina do conhecimento. “Entendemos que é um retrocesso, essa proposta merece o nosso repúdio”, declarou.
Questionado pela Lusa, Paulo Parente afirmou que não houve mais contactos do Ministério da Educação e Ciência (MEC) desde que foram anunciadas as orientações estratégicas, mas que as escolas entenderam pedir audiências no parlamento para transmitirem formalmente a sua posição aos deputados.
Na quarta-feira estes responsáveis estarão presentes na Comissão de Educação, depois de já terem sido recebidos na Comissão de Saúde e de terem enviado ao MEC os documentos que sustentam a posição das escolas.

Dia de PortugaL!

Talvez o meu texto mais genuinamente parvo .....
Hoje é dia de Portugal, Camões e das Comunidades .
Começo por dizer que este texto é escrito sob o efeito de 16 horas de trabalho, 40mg de metilprednisolona na veia e uma hidroxizina acabada de deglutir.
Tudo junto acentua a minha parvoíce natural .
A primeira questão que me arromba o pensamento é a quem damos prenda ?
No dia da criança damos aos putos, no dia da mãe ou do pai oferecemos presentes aos respectivos progenitores . Ora bem no dia de Portugal onde vamos deixar a prenda ? Ou será Portugal que tem de nos oferecer algo ? Bem, esta segunda hipótese é completamente estúpida já que este País já nada nos oferece há muito .
Mas daqui a outros pensamentos vai uma curta distância .
Dia de Portugal , será que se justifica ? Porque não dia da província Portuguesa da Europa ? Consigo visualizar a Sôra Dona Angela radiante aos pulos com o dia de um dos seus estados, o nosso, porventura o mais massacrado e mesmo vilipendiado de todos da sua Europa . E o cherne a dizer "porreiro pá" ..... Mera visão dantesca, mas que me passa pela frente com enorme realismo ...
Dia das comunidades ainda percebo, cada vez são mais os emigrantes qualificados que Portugal se dá ao luxo de formar e não aproveitar .
Dia de Camões parece-me digno de efusiva comemoração . Mesmo! Camões é, porventura, o único profeta Tuga . Os lusíadas estão para Portugal como a Bíblia para os cristãos .
Começo por dizer que "em terra de cego quem tem olho é rei" .... Visionária metáfora, foi assim com Camões e continua a ser assim no BPN, no BPP, na sucata....E a avaliar pelos sucessivos resultados eleitorais resta-me concordar.
Quanto à obra de Camões é arrepiante o seu carácter de tarologia. Maya não fazia melhor nem com 7 baralhos ao mesmo tempo .
Então dissequemos ....
Velho do restelo ? Apenas um ligeiro desvio no gps, que na altura não existia, e é fantástico como chegamos do Restelo a Belém ..... Aí está uma alusão ao velho de Belém .... O Sôr Silva ..... Temeroso, receoso, que só mete engulhos ao próprio desenvolvimento nacional .
Cabo das tormentas ? Uma alusão real ao que milhares de Portugueses sofrem, alguém tem dúvidas ?
As ninfas ? Pode parecer estranho mas consegue-nos transportar para o Universo mágico da ministra das finanças .... Tudo o que fazemos ela consegue ser a nossa musa inspiradora . E vá homens, quantos de vocês já não ficaram bem duros à conta dela .
Ilha dos amores ? Reino do surreal, do imaginário .... Uma alusão ao mundial de futebol, onde todos continuamos a ficar agarrados sabendo que não passa de ilusão . Parece me mesmo que o mais real do mundial é a barba do Meireles . Quer dizer .... e os arames do joelho do Ronaldo .... O mundial veio substituir uma ilusão clássica que tínhamos antigamente, que era o festival eurovisão da canção .... Os resultados são semelhantes.
"As armas e os Barões assinalados, Que da Ocidental praia Lusitana, Por mares nunca de antes navegados, Passaram ainda além da Taprobana, Em perigos e guerras esforçados, Mais do que prometia a força humana, E entre gente remota edificaram, Novo Reino, que tanto sublimaram" Quem não consegue ver neste texto a ascensão de Barroso ? Brutal, tão claro não é ?
" E aqueles que por obras valerosas, Se vão da lei da Morte libertando, Cantando espalharei por toda parte, Se a tanto me ajudar o engenho e arte" ..... quem é ? Vitor Gaspar, o homem que saiu do governo escrevendo que falhou todas as suas previsões e que logo a seguir foi nomeado para alto cargo no FMI . Esta promoção era igual a eu ir para presidente da organização mundial de saúde - OMS- após matar 3 doentes em 2 horas .
Será que ainda restam dúvidas de que Camões foi um verdadeiro profeta ?
"Cesse tudo o que a Musa antiga canta, Que outro valor mais alto se alevanta".... Estupendo como Camões previu a ascensão de Costa no PS .
Isto é viciante ......
"Em luzentes assentos, marchetados! De ouro e de perlas, mais abaixo estavam, Os outros Deuses, todos assentados, Como a Razão e a Ordem concertavam", pela primeira vez os lusíadas se referem à importância do tribunal constitucional .
Bem a hidroxizina está a bater e eu tenho que dormir, espero sonhar .
O meu sonho? Simples ....
Voltar a ter 35 horas de trabalho.
Voltar a ter uma carreira com progressões e promoções.
Ser valorizado pelo papel social e essencial que desempenho
E ter um País bem governado e soberano .... E com tribunal constitucional .
Já agora se não fosse pedir muito meter Portas, Passos e Aníbal num contentor enterra-lo em qualquer lado, até pode ser no Algarve, e pedir à polícia inglesa para procurar dentro de meia dúzia de anos.
Rui Santos, Tercena , 10 Junho 2014 .
Viva Portugal ......
Texto escrito pelo Enfº Rui Carlos Bastos Santos

Opinião documento de dotações seguras

Ainda sobre o documento das dotações que foi aprovado por unha negra:
Há documentos maus, documentos razoáveis e documentos vitais. Este cabe na 3ª categoria e como tal deveria ser consensual. Votos contra, ainda por cima vindos por parte de quem já teve responsabilidades na OE, só mesmo por desfaçatez. Pergunto se os documentos produzidos nos anteriores mandatos foram perfeitos ? Ou existiu tamanha preocupação por questões semânticas ou preciosismos na sua concepção ? O REPE é perfeito ? os estatutos da OE são perfeitos?A própria carreira actual que não mereceu qualquer contestação do anterior mandato é perfeita ? Aliás arrisco mesmo dizer que se desde 1999 os digníssimos órgão sociais (que quase se perpetuaram) tivessem olhado para o lado, em vez de apostar num intelectualismo bacoco, típico de que pensa que vai inventar a roda, hoje em 2014 não teríamos de andar a tentar implementar um MDP à sacholada e à pressa. Mas agora, em vez de apoiarmos o que pode efectivamente ser um passo positivo (e o presente mandato não é propriamente fértil neles), guerreamos por vírgulas e sintaxe, em busca sabe Deus de quê. Lamentável em todos os aspectos. Mas é apenas a minha opinião!

Texto escrito pelo Enfª Gabriel Martins

Eu sou apenas uma Enfermeira ?

Resumo Assembleia Geral 30 Maio

Decorreu, na passada sexta-feira, 30 de maio, a segunda reunião ordinária da Assembleia Geral (AG) da Ordem dos Enfermeiros (OE), que ficou marcada pela aprovação da Norma para o Cálculo de Dotações Seguras dos Cuidados de Enfermagem e a diminuição da taxa de inscrição para os enfermeiros especialistas. A AG decorreu num ambiente participativo, no auditório do Fórum Tecnológico da Lispolis, em Lisboa.
 
O Bastonário da Ordem dos Enfermeiros, Enf. Germano Couto, começou por agradecer aos presentes «por cumprirem um dos principais deveres enquanto membros da OE» e referiu que «o Estatuto da Ordem dos Enfermeiros prevê que no terceiro ano de mandato seja realizada uma reunião com cariz ordinário além da habitual».
 

O representante da instituição apresentou de seguida a Tomada de Posição sobre o estado atual da profissão de Enfermagem, sobre o qual não foi possível alcançar consenso. No entanto, o Conselho Diretivo reuniu durante a AG e decidiu manter o compromisso político assumido de atingir as metas e objetivos estratégicos propostos no documento.

 
 
O ponto dois da convocatória - tabela de taxas e emolumentos –, apresentado pelo Enf. Nelson Coimbra, Tesoureiro da OE, foi aprovado, com alterações, reduzindo assim em 50% a taxa de inscrição para obtenção do título de enfermeiro especialista. O Conselho Diretivo aceitou também uma proposta para a suspensão do pagamento da emissão de 2ª via da cédula profissional, no caso de roubo ou furto. Esta suspensão será válida apenas para situações comprovadas.

 


No que diz respeito à proposta de alteração do regimento disciplinar da Ordem dos Enfermeiros, apresentada pelo Enf. Rogério Gonçalves, Presidente do Conselho Jurisdicional, esta foi aprovada.

 
 

O último ponto - Norma para o Cálculo de Dotações Seguras dos Cuidados de Enfermagem -, apresentado pela Enf.ª Lúcia Leite, Vice-presidente da OE, e pela Enf.ª Filomena Maia, Vice-presidente do Conselho de Enfermagem da Ordem, foi o mais debatido da AG. O documento vincula toda a Enfermagem e traça um caminho para assegurar as dotações seguras. Dada a importância da temática, foram apresentadas várias propostas de alteração, as quais foram analisadas pelo Conselho Diretivo. A norma foi aprovada, com alterações.


Processo negocial do SEP e SERAM com Ministro da Saúde

Sistema Avaliação Desempenho Função Pública

CI18-2014 by Eduardo Bernardino

Quando os enfermeiros são simpáticos

Quando os enfermeiros são simpáticos
“Que bom, o utente achou que fomos simpáticos e amistosos! Tenho o dia ganho!” – é isto que se passa, consciente ou inconscientemente no cérebro de alguns enfermeiros.
“A Sra. Enfermeira foi muito simpática”. Esta é, frequentemente, a frase que descreve a avaliação global dos utentes sobre os cuidados de Enfermagem que receberam, aquando da alta hospitalar. “Vocês são todos muito simpáticos” ou “Foram uns queridos com a minha mãe/pai” são outras variantes conhecidas. Para o profissional que as ouve, é motivo de orgulho e do despoletar uma alegria desmesurada, como contraponto às condições degradantes do exercício profissional.
“Que bom, o utente achou que fomos simpáticos e amistosos! Tenho o dia ganho!” – é isto que se passa, consciente ou inconscientemente no cérebro de alguns enfermeiros. E não é mau, este é um sinal de que o indicador de satisfação do utente foi cumprido e que é, quase sempre atingido. Até aqui, tudo bem.
Felizmente, a maioria dos enfermeiros é simpática e amistosa. Felizmente, a maioria dos utentes está satisfeito ou muito satisfeito com os cuidados de Enfermagem. Felizmente, exprimem-no e agradecem. O grande perigo, esse sim, é o de o utente considerar que a coisa mais importante que o enfermeiro fez foi ser simpático e, consequentemente, defini-lo como tal. Sim, quando a maioria dos utentes define os enfermeiros apenas como sendo “simpáticos”, “queridos”, “extraordinários” ou “impecáveis”, fico sempre na dúvida se só retiveram isso e porquê.
Os enfermeiros fazem a apologia da relação humana, do apoio, da escuta, mas será que a sua atuação se esgota por aí? Será que valorizar apenas estas competências não fará com que o enfermeiro as exerça e só dê essa vertente a conhecer, sendo depois classificado pelos utentes como tal? Há uns tempos atrás vi a apresentação de um trabalho de investigação, em que se procurou conhecer a percepção dos utentes sobre as competências dos enfermeiros: como resultado, os primeiros apenas identificaram competências técnicas e de relação. Arrepiei-me. Onde fica o CONHECIMENTO no meio de tudo isto? Mas depois lembrei-me do que dizem as jornalistas Bernice Buresh e Suzanne Gordon: os enfermeiros identificam-se e querem ser identificados pelas competências relacionais, porque já sabem que os utentes gostam dessa vertente e os elogiam por isso. Dessa forma, é muito mais fácil eu continuar a exercer um trabalho que prime por um conjunto de competências que já sei que os utentes gostam, do que me “aventurar” a exercer outro tipo de competências, com as quais me posso “sair mal”.
A grande questão é que quando os enfermeiros são somente identificados pela simpatia, isso significa que os utentes não lhes observaram competência, responsabilidade e conhecimento. Mesmo que o tivessem feito, foi em tão escassas circunstâncias, que não foi isso que “marcou”. E se isso não marca, a imagem que a sociedade retém do enfermeiro, todos os dias, em todos os cuidados, é que este é um profissional meramente técnico, sob jugo de outros.
Dessa forma e mais que nunca, o desafio é apenas um: demonstrar o nosso conhecimento em CADA interação com os utentes.Se eu presto um cuidado, eu tenho de o acompanhar da verbalização destes três elementos: o que estou a fazer é minha função (autónoma), porque o estou a fazer e o que acontece se não o fizer. Cada interação em que eu não fizer isto, é uma OPORTUNIDADE PERDIDA de reverter este estereótipo de enfermeiro “simpático”.E você, já exerceu o seu conhecimento junto dos utentes, hoje?
Esta e outras reflexões no Livro “Se a Enfermagem Falasse…”, que podem encomendar em www.comunicarenfermagem.com
Texto escrito pelo enfermeiro Rodrigo Cardoso, removido do site http://forumenfermagem.org/comunicacao/item/4074-quando-os-enfermeiros-sao-simpaticos#.U5-yfpRdXjt