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sábado, 29 de novembro de 2014

Os Enfermeiros... de Portugal!



Dizem alguns especialistas na matéria que ser enfermeiro é “ser um Profissional altamente qualificado que usa as suas competências técnicas, relacionais, éticas e culturais para o bem estar das pessoas, famílias e comunidades (…)é saber exercer de forma autónoma e interdependente, uma actividade insubstituível, com elevada aplicabilidade no quotidiano dos cidadãos(…) demonstrar que a relação humana, qualificada e suportada em valores éticos/morais, é o elemento decisivo para que as pessoas assumam a sua responsabilidade na gestão da sua saúde.

É ser um cidadão com um olhar diferenciado e cuidador sobre o quotidiano de todas as pessoas, tanto em processos de doença e crise, como em processos de adaptação às circunstâncias de saúde.”

Já de acordo com o REPE art. 4 n.º2, Decreto-Lei n.º 161/96, de 4 de Setembro, alterado pelo Decreto-Lei n.º 104/98, de 21 de Abril por enfermeiro entende-se «o profissional habilitado com um curso de Enfermagem legalmente reconhecido, a quem foi atribuído um título profissional que lhe reconhece competência científica, técnica e humana para a prestação de cuidados de Enfermagem gerais ao indivíduo, família, grupos e comunidade, aos níveis da prevenção primária, secundária e terciária.»

Leio estas duas definições de Enfermeiro e questiono-me automaticamente:
1) Quais são as nossas competências técnicas, relacionais, éticas e culturais? (sim… já sei que existe um documento disponível em http://www.ordemenfermeiros.pt/publicacoes/Documents/divulgar%20-%20regulamento%20do%20perfil_VF.pdf – que define o regulamento do perfil de competências do enfermeiro de cuidados gerais)
2) Como é que demonstramos “que a relação humana, qualificada e suportada em valores éticos/morais, é o elemento decisivo para que as pessoas assumam a sua responsabilidade na gestão da sua saúde” ?

Poderia continuar com muitas questões… mas penso que dá para perceber… temos um REPE (http://www.ordemenfermeiros.pt/publicacoes/documents/repe_vf.pdf) – sem dúvida uma mais valia para a nossa profissão, uma coluna para o corpo da Enfermagem, um código deontológico (http://www.ordemenfermeiros.pt/legislacao/documents/legislacaooe/codigodeontologico.pdf), uma consciência para nos guiar, mas a meu ver falta-nos um mapa para nos orientar!
Possuímos a constituição da república, mas não temos as leis neste momento…

Quero acreditar que ainda estamos em crescimento, acredito que caminhamos para algo maior e melhor… caminhamos para o futuro, e temos que vê-lo sempre com bons olhos… são tempos de mudança, e essa mesma mudança está para acontecer!
Vivemos tempos objetivos, de evidências científicas comprovadas, agimos pelo saber e não pelo fazer, formamo-nos, especializamo-nos, aprendemos, reorganizamo-nos e readaptamo-nos.

Penso sinceramente que a ordem dos enfermeiros tem como caminho definido este mesmo trajeto… mas não pode caminhar sozinha! Torna-se necessária a união, a nossa profissão não é política, os nossos “reguladores profissionais” devem ser apartidários, neutros… e como tal devem ter parceiros para a luta ser mais apurada e melhor… a Ordem dos Enfermeiros deve caminhar lado a lado com os restantes sindicatos de Enfermagem, devem ter os olhos virados para o futuro, e não as costas voltadas! Chega de apontar o dedo a mandatos anteriores, a sindicatos diferentes, a ministérios e tutelas!

A mudança torna-se necessária, as mágoas dos Enfermeiros de Portugal devem ser ouvidas, e uma nova revolução construtiva na profissão deve ser tida em conta…

Indignados por termos funções cada vez mais usurpadas (como o caso assim não tão recente da vacinação), revoltados pela desvalorização profissional, chateados pelos inúmeros rácios não respeitados pelo país fora, tristes por termos uma carreira profissional que não existe (ou se existe, não preza pela equidade), desmotivados pela constante falta de respeito para com a farda que usamos no dia-a-dia, parece-me que estes somos nós atualmente… os Enfermeiros de Portugal.

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